quarta-feira, 10 de abril de 2013


Sexualidade no Casamento...”


A sexualidade significa cérebro e emoções, cultura, história de vida, perspectiva evolutiva de uma relação. Compreender a sexualidade de uma pessoa pressupõe saber alguma coisa sobre o seu desejo sexual, as suas fantasias e os seus comportamentos. Num casal a questão complexifica-se e a perspectiva individual não pode somar-se à visão do outro, porque a interação modela o relacionamento íntimo.
A sexualidade exige proximidade e distância ao mesmo tempo. Precisamos de entrar no íntimo do outro, mas ao mesmo tempo conservar a nossa integridade e as nossas fantasias.

A sensualidade é de outra dimensão, não menos importante. Remete-nos para uma experiência agradável que envolve ver, tocar e ser tocado, cheirar, sentir em todo o corpo. Estas experiências envolvem-nos com a pessoa que amamos, mas não estão imediatamente ligadas ao ato sexual. Criam vínculos de amor, lançam pontes para o entendimento profundo entre os dois seres, fazem-nos sentir próximos.
A sensualidade inclui dar as mãos, abraçar, falar de forma afetuosa, ouvir em conjunto uma música com significado afetivo para ambos.

Quando a sensualidade desapareceu da relação conjugal, a ligação afetiva perde proximidade e o ato sexual passa a ser o único momento em que o casal verdadeiramente se envolve. A pressão de um bom desempenho ganha assim demasiada importância. Por isso muitas vezes é melhor adiar.
A perda da sensualidade está relacionada com muitas dificuldades sexuais dos casais de hoje. Essa perda começou no momento em que o casal não soube passar do efémero da paixão para um sentimento mais seguro e estável, o amor.

O caminho tem de ser o da sensualidade, reencontrada a partir das experiências partilhadas de descoberta das necessidades, desejos e sonhos do companheiro(a). Falar pouco e tocar muito são estradas importantes desse percurso.”


Daniel Sampaio
Labirinto de Mágoas – As crises do casamento e como enfrentá-las”




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