quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Relação Conjugal/Divórcio

O Fim Aproxima-se

            “Quando o casamento atinge o ponto em que o casal já rescreveu a sua história, quando os seus corpos e as suas mentes tornaram praticamente impossível a comunicação e a reparação de problemas correntes, esse casamento está prestes a ruir. As pessoas dão por si constantemente em estado de alerta vermelho. Como estão sempre à espera de guerra, o casamento torna-se um verdadeiro tormento. O resultado mais que compreensível é o abandono da relação.
            Por vezes, os casais nesta fase final do casamento tentam ainda o aconselhamento. À superfície pode parecer que não há nada de muito errado. Eles não discutem, não aparentam sentir desprezo um pelo outro e também não fazem muro de silêncio. Na prática, eles não fazem quase nada. São capazes de falar calmamente e com algum distanciamento sobre a sua relação e os seus conflitos. Um terapeuta inexperiente poderá assumir facilmente que os seus problemas não são muito profundos. No entanto, o que se passa realmente é que um deles, ou os dois, já se desligaram emocionalmente do casamento.
            Algumas pessoas abandonam literalmente o casamento, divorciando-se. Outras fazem-no vivendo juntos vidas paralelas. Seja qual for o caminho seguido há quatro fases finais que assinalam o dobre a finados de uma relação.
           
            1. Você encara os seus problemas conjugais como sendo graves.
            2. O diálogo parece ser inútil. Você tenta resolver os problemas por si só.
            3. Começam a viver vidas paralelas.
            4. A solidão assenta arraias.
           
            Quando um casal atinge a última fase, um ou ambos os parceiros são capazes de iniciar um caso. Normalmente, um caso é sintoma de um casamento moribundo e não a sua causa. O fim desse casamento podia ter sido previsto muito antes de qualquer um dos membros do casal ter variado. Com demasiada frequência, os casais começam a procurar apoio para o seu casamento depois de terem entrado em águas agitadas. Os sinais de alarme quase sempre já estavam visíveis há mais tempo, tivessem eles sabido onde os procurar. Podemos ver as sementes do problema (1) nas palavras que o casal dirige um ao outro, (2) no insucesso das tentativas de reparação, (3) nas reacções fisiológicas (fervura) ou na constância dos pensamentos negativos sobre o casamento. Qualquer um destes sinais sugere separação emocional e, na maior parte dos casos, o divórcio pode ser uma questão de tempo.”

In Os 7 Princípios do Casamento, Gottman e Silver (1999)

      Este excerto foi transcrito de um livro muito interessante de Gottman onde o autor, um psicólogo especialista em terapia conjugal, oferece conselhos práticos para evitar os erros mais comuns que prejudicam uma relação conjugal. Para além disso, este autor propõe 7 princípios que considera serem essenciais para o fortalecimento do casamento. É, portanto, um livro indicado, não só, para quem está a pensar em casar ou viver junto e pretende evitar erros e mal-entendidos, mas também para aqueles que tem problemas no casamento mas que ainda querem lutar pela relação.

terça-feira, 9 de outubro de 2012


Na procura da nossa individualidade...III



“Voltar a sonhar...
Hoje acordo e sinto tudo diferente. A simples rotina de levantar, vestir e tomar o pequeno almoço têm um sabor agridoce.
Nunca pensei conseguir viver sozinha num espaço que foi partilhado a dois...é uma aprendizagem constante e desafiante. Tenho momentos que sinto que estou a retroceder na etapa do ciclo de vida, pois idealizei o casamento e os filhos como o passo seguinte a concretizar...
Quando olho no espelho tenho medo, sinto-me insegura e perdida nos vários caminhos que se cruzam...será que escolhi a melhor opção?
Dedico-me agora a integrar esta experiência na minha caixa íntima que esculpo ao meu ritmo. Fico surpreendida comigo própria porque estou a descobrir um lado que não sabia que existia e que me fascina. Sinto-me como um girassol quando surgem, ao amanhecer, os primeiros raios de sol e procura na luz o calor do conforto para sobreviver à imensidade humana.
Neste momento de crise penso: é só uma fase que estou a desbravar e a saborear na conquista da minha maturidade e individualidade.”




Joana Barros