terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Aproxima-se o final do ano 2014…



Uma altura propícia para fazer um balanço do ano que passou …

Assim, propomos que este ano criem (ou caso já tenham criado, que mantenham) um ritual de passagem de ano.
Procurem um momento em que possam estar convosco próprios ou partilhar com outra pessoa,  o que viveram neste ano que termina, procurem recordar as mudanças que ocorreram na nossa vida, as experiências porque passaram, as dificuldades superadas, as relações que construíram.  Deve ser um momento para festejar o que viveram e se congratularem. Mesmo as experiências mais difíceis e dolorosas fazem-nos crescer e aprender. Aproveitem também para traçar objetivos para o próximo ano…

Deixamos algumas sugestões:

Reservar um momento para estar a sós e reflectir
Escrever uma carta e guardar para ler daqui a um ano
Realizar uma actividade para nos “mimar”, como por exemplo, uma massagem
Escolher uma música que simbolize o ano de 2014
….

Caso desejem podem partilhar também connosco os rituais que escolheram ou que já costumam fazer.


Que 2015 seja um ano muito feliz para todos nós!!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014


Não te queixes….!


“Já vejo que estás em apuros. Algo te saiu mal, mas não te queixes, meu filho. A queixa não serve para nada, e a única coisa que podes conseguir é que os outros sintam pena de ti e que, movidos por ela, corram a salvar-te.
Se o que queres é sair de alguma situação difícil, e tens um pouco de amor próprio, não deixes que a tua comodidade faça com que os outros te resolvam o problema. Se necessitares de ajuda, pede-a, mas sem te queixares de forma lastimosa. Informa da tua necessidade quem seja capaz de ajudar-te, e isso não diminuirá em nada o teu valor, se a pedires directamente. Em algum momento, todos nós necessitamos que alguém nos dê a mão. Não existe ninguém capaz de fazer tudo sozinho, sem ajuda.
Se enquanto brincas com os outros meninos surge algum problema com algum deles, és tu que deves resolvê-lo. Aqui não há lugar para queixas. Às vezes pode ser oportuno protestar, o que é muito diferente. Diz-lhe o que foi que te molestou, mas a ele. Não venhas até a mim a choramingar, para que seja eu a enfrentar o outro menino e a tirar-te do aperto. O problema é teu e deves ser tu a encarregar-te da situação.
Assim, irás aprendendo a resolver os teus assuntos por ti mesmo, e quando fores grande, saberás sair airosamente das situações difíceis que se te apresentarem ao longo da vida. É muito importante, acredita-me, que aprendas a resolver os problemas que surgem no relacionamento com outras pessoas. Se não fizeres agora, brincando, ver-te-ás em grandes dificuldades quando fores grande e, então, já não se tratará de nenhuma brincadeira.
(…)
Pensa nisto, filho. Se te queixares, não aprendes e passas mal, já que assumes o papel de vítima, e esta posição não é possível sem sofrimento, além de não conseguires nenhum resultado positivo para ti. Em lugar de te queixares, podes pedir ajuda, protestar ou pôr limites, segundo o caso. Verás que, depois de teres resolvido por ti mesmo o teu problema, te sentirás mais satisfeito e terás conseguido tornar-te um pouquinho mais crescido.”             


“Digo-te, Porque Gosto de ti!” José F. Zurita

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

"Humor e criatividade"


"O humor é um dos ingredientes base para construir um contexto terapêutico produtivo. (...) é importante saber sorrir, utilizar o humor e a criatividade como portas de acesso, tijolos com os quais se cria uma relação autêntica entre o terapeuta e os membros da família.
O humor e a gargalhada são instrumentos essenciais no jogo relacional, porque asseguram uma espécie de continuidade subtil, uma marca de contexto capaz de garantir a todos uma autorização para continuar a " brincar" com os problemas sem se sentirem por isso, inferiorizados ou julgados.
A ambivalência inerente ao brincar ao "como se", priva a família da tentação fácil de recorrer ao mecanismo da recíproca culpabilização, arma secreta ao serviço das tão possíveis quanto inúteis escaladas simétricas. O humor é portanto o regulador do processo terapêutico ( Andolfi, Angelo, 1987).
Se a linguagem do quotidiano e um sentido de otimismo para enfrentar as dificuldades e problemas, mesmo quando graves, forem recuperados, o rir das coisas terá produzido um primeiro efeito: o vê-los " como se fosse exterior", ainda mais quando as pessoas nos parecem " dentro até ao pescoço", tornando-se num instrumento muito potente para introduzir empatia no trabalho terapêutico. Ao mesmo tempo, se o humor consegue tocar as regras relacionais mais recônditas da família e deslocá-las de nível, produzir-se-á em sessão um aumento da tensão interpessoal e uma procura de maior autenticidade, elemento indispensável para desencadear um processo de mudança.
A gargalhada em terapia representa uma espécie de queda estridente da tensão: um momento de relaxamento, apenas aparente, de todo o sistema terapêutico, a que se concede uma pausa. Na realidade a interrupção tem o objetivo de desviar o stress do espaço interpessoal, isto é, da área das relações, para o espaço interno, mais indefeso e vulnerável, de cada indivíduo. 
É precisamente a suspensão da ação que sucede à gargalhada a produzir um vazio, um momento de silêncio extremamente produtivo que pode permitir verificações internas e conduzir cada um a colocar novas interrogações."
(Andolfi, 2013 " A criança como recurso terapêutico", Alfragide, Editorial Caminho)