sexta-feira, 28 de dezembro de 2012


180 Terapias Acores sugere: Tome um café consigo mesmo !*



O final de um Ano e início de um Novo pode ser um momento propício para tomar um café consigo mesmo e brindar-se de um espaço e um tempo, na rapidez da vida quotidiana, e desta forma, encontrar-se com o melhor de si.

Quais são os seus sonhos? Qual o seu projecto de vida? Como lida com os obstáculos?

Há que questionar quais são os nossos valores e ver de que forma os introduzimos no nosso projeto de vida.

Os valores são os nossos verdadeiros desejos, para o caminho que queremos trilhar e para a forma como queremos relacionar-nos com o mundo, com os outros e connosco mesmos. São os princípios autênticos que nos guiam e que nos motivam para como viver a nossa vida. É importante que cada um de nós se questione o que quer para a sua vida e se, renunciar a isto, não implicará um grau de frustração demasiado elevado.

Perseguir os sonhos é um estímulo à motivação e a encontrar um “porquê” e “para quê” da vida. Sem este projeto para nós próprios, corremos o risco de deambular pela vida sem saber bem por onde vamos...

Vão existir sempre obstáculos com os quais teremos que lidar para alcançar os nossos sonhos. Estes podem ser encarados como uma medida da nossa capacidade de lidar com eles. Até que ponto somos permeáveis aos obstáculos? Às opiniões dos outros? . . .

Por vezes, a nossa família e os nossos amigos podem ser conservadores e pôr em causa a viabilidade do nosso projecto ou até a nossa capacidade de conseguir concretizá-lo.

Apostar em nós mesmos significa acreditar em nós mesmos; ter um mapa e saber onde queremos chegar.

O projecto que definirmos para nós hoje, deverá ser para os próximos seis meses e recomendamos que inclua três ou quatro metas realistas que possamos cumprir.
Ao longo deste período de tempo, sugerimos dedicarmos momentos a nós mesmos para perceber em que ponto estamos do nosso caminho, de modo a que possamos ir monitorizando o resultado do nosso esforço.

Tome um café consigo mesmo !

Desejamos a todos os nossos leitores e interlocutores um Excelente Ano Novo, nós continuaremos por aqui !


* Adaptado de Gaspar Hernandez (Montevideo, 1945)


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Alienação Parental II


17 formas comuns de manipulação dos filhos contra o outro progenitor:
  1. Incentivar o filho para que, a médio ou longo prazo, a criança afirme que a decisão de rejeitar o progenitor é exclusivamente sua.
  2. Não passar as chamadas telefónicas aos filhos.
  3. Organizar várias actividades com os filhos durante o período em que o progenitor deve, normalmente, exercer o seu direito de visita.
  4. Apresentar o novo cônjuge aos filhos como o seu novo pai/mãe.
  5. Interceptar o correio e as encomendas dirigidas aos filhos.
  6. Desvalorizar ou insultar o outro progenitor diante dos filhos contando histórias de grande dramatismo para que os filhos acreditem que aconteceram ou que continuam causando danos.
  7. Falar mal do novo cônjuge do outro progenitor.
  8. Impedir que o outro progenitor exerça o seu direito de visita.
  9. Implicar toda a família na lavagem cerebral aos filhos.
  10. Insinuar aos filhos que podem mudar (ou tentar mudar) os seus apelidos ou nomes.
  11. Impedir o outro progenitor de aceder às informações escolares e médicas dos filhos.
  12. Ir de férias sem os filhos e deixá-los ao cuidado de outra pessoa, quando o outro progenitor está disponível e tem vontade de ficar com eles.
  13. Contar aos filhos que as roupas ou as prendas que o outro progenitor lhes comprou são feias e proibi-los de as usar.
  14. Ameaçar os filhos com castigos, caso se atrevam a telefonar, escrever ou contatar o outro progenitor.
  15. Repreender o outro progenitor pelo mau comportamento dos filhos.
  16. Insistir com os filhos que o outro progenitor não é capaz de cuidar deles, por isso é que eles não se sentem bem quando regressam das visitas.
  17. Procurar aliados na família extensa ou nos amigos para que intervenham na educação dos filhos como se fossem seus pais, tomando parte nos conflitos por parte do progenitor residente (que convive diariamente com o filho).

Traduzido do livro “No quiero ir contigo” Cómo saber si tu hijo es manipulado por tu ex pareja. Nora Rodríguez (2009).

Após ser vítima destas manipulações contra um progenitor a imagem que a criança tem dele acaba por ficar desfragmentada e distorcida....



Mas não podemos esquecer que não é so a imagem do progenitor que fica afetada, o desenvolvimento saudável e a personalidade destas crianças também são prejudicados.



sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Luto


Encontramos um lugar para o que perdemos. Mesmo sabendo que depois da perda a fase aguda do luto acalmará, também sabemos que permaneceremos inconsoláveis e que nunca encontraremos um substituto. Não importa o que preenche o vazio, até mesmo se o preenche completamente, sempre há algo mais“.
(E.L. Freud, 1961, p.386 cit in Worden, 2010)


Luto é sinónimo de dor, pena e aflição. É o sentimento que se tem pela morte de alguém. Segundo Bowlby (1980), “é o processo psicológico que se inicia devido à perda de uma pessoa amada”.
De acordo com a perspectiva familiar sistémica, a perda pode ser vista como um processo transaccional que envolve o falecido e os elementos da família num ciclo de vida comum, que reconhece tanto a finalidade da morte como a continuidade da vida (Walsh & McGoldrick, 1991).

A visão sistémica identifica diferentes aspectos no luto familiar (Tercero, 1998):
  1. Definição de luto familiar
    A perda ou ameaça de perda de um elemento da família é a maior crise que um sistema familiar atravessa, colocando a família à prova, pois só um sistema com recursos suficientes irá produzir uma mudança adaptativa, não colocando em risco a continuidade do mesmo.
  1. Reorganização familiar no luto
    Durante o luto, surge a necessidade da família reorganizar os seus sistemas comunicacionais, reorganizar as regras de funcionamento do sistema, redistribuir papéis e adaptar-se a uma nova realidade em que o falecido está ausente.
  1. Etapa do ciclo de vida
    Outra questão importante refere-se ao impacto da perda no ciclo de vida da família, variando de acordo com a etapa que a família atravessa. A morte faz parte do ciclo de vida, mas é vivida de forma diferente consoante a etapa em que a família se encontra. O luto coloca o desafio de aprender a viver com a perda e encontrar um novo sentido na existência.
    4. Etapas do luto familiar
    1.ª Estupefacção e choque
    2.ª Tristeza e dor intensa
    3.ª Negação e procura
    4.ª Culpa/zanga
    5.ª Depressão/solidão
    6.ª Resolução
A última etapa é caracterizada pelos esforços que a família realiza para regressar à normalidade, podendo variar entre os doze e os dezoito meses. Quando o luto se prolonga por mais de vinte e quatro meses é habitualmente denominado de luto patológico.
As etapas são diferentes momentos que, por vezes, se sobrepõem. Nem todas as pessoas as atravessam segundo uma sequência rígida. Por vezes, variam de acordo com a situação que experienciam (e.g., doença de outro familiar, desemprego, divórcio, etc.), o tipo de morte (e.g., súbita ou lenta), a natureza da morte (e.g., ambígua, violenta, suicídio), a rede familiar e de suporte e a etapa do ciclo de vida em que se encontram. Variam também relativamente ao grau de relação com o falecido e podem desencadear sentimentos como culpa, angústia e revolta e ou desinteresse pela vida, baixa auto-estima, etc.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Workshop Família de Origem d@ Técnic@


Constitui-se num processo vivencial, destinado a aprofundar o entendimento da família de origem do participante, à luz da visão sistémica.
 
 
 
                   “Cada família com a qual trabalhamos, contém parte da nossa” Bowen.

 
 
É realizado em pequenos grupos (máximo 4 pessoas), durante dois dias consecutivos, onde os participantes estarão inteiramente voltados para seu trabalho pessoal. O participante realiza uma série de tarefas prévias ao workshop, as quais serão explicadas numa reunião informativa. Esta preparação, juntamente com a intensidade do trabalho em si, faz com que a experiência seja profunda e com impacto nas diversas áreas da vida do participante.
Podem participar no Workshop técnic@s que na sua prática profissional intervenham com famílias ou indivíduos, e que procuram o auto-conhecimento e a compreensão das influências recebidas da sua própria família de origem. A ressonância que estas influências têm sobre a pessoa, e a prática do profissional, pode ser melhor compreendida e elaborada a partir da experiência vivida no Workshop.
Todo o processo está sujeito a confidencialidade.


Objectivos da revisão da Família de Origem do técnico:
  • Desenvolvimento pessoal (promoção do auto e inter-conhecimento) e profissional.
  • Aprender mais sobre a própria família (papéis, padrões, mitos, segredos...).
  • Identificar os problemas da FO, e o seu efeito no meu papel como técnic@ e pessoa.
  • Aplicar novos conhecimentos às relações interpessoais.
  • Rever os recursos e os pontos de estancamento da minha família.
  • Aprender dos genogramas alheios e partilhar a minha experiência com as outras pessoas.
  • Identificar as padrões transgeracionais, para poder decidir melhor as minhas intervenções.
  • Compreender melhor a contra-transferência e transferência.
  • Humanizar a experiência do trabalho com famílias.


O Workshop é dirigido por Natalia Bautista e Ruben Santos.
Destinado a: Técnic@s que intervêm com famílias e indivíduos na área social, saúde, educação e judicial.
Início: Datas variadas durante o ano.
Duração: Dois dias intensivos (fim de semana) + sessão prévia + sessão pós-genograma.
Preço: 120 € por participante.

Para informações e marcações contactar para: 180.acores@gmail.com
 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012


"O Mito da meia laranja" adaptado de Juan Batista Pino

Cada um de nós é uma meia laranja? Ou uma laranja completa? Porque nos unimos em casal?





O “mito da meia laranja” leva-nos a crer que a solução dos nossos problemas e o nosso bem-estar estão fora de nós mesmos, numa outra pessoa que nos tornará completos. Consideramos ser a metade de algo e procuramos alguém que encerre esse círculo e nos leve à “felicidade”. 
Cabe-nos perguntar se dois seres incompletos formam algo completo ou se, pelo contrário, aumentam esta condição de “não completos”...


Um dos problemas inerentes ao consideramos o outro a minha “meia laranja” é considerarmos a nós mesmos de igual forma, a metade de algo. Assim, colocamos o nosso bem-estar nas mãos do outro, no sentido em que nos tornamos dependentes do outro para estar bem.

Alguns de nós unimo-nos para não estar sós o que nos leva, mais a procurar solucionar os nossos próprios problemas, que propriamente em estar com a outra pessoa.

O “estar só” é uma faceta da condição humana que deve ser conquistada e aceite. Devemos despojá-la do todo o cariz dramático e aprender a lidar razoavelmente bem com ela. Quando aprendemos a estar sós, explorando a nossa individualidade, aceitando as nossas dificuldades e assumindo que o nosso bem-estar depende, principalmente, de nós mesmos, então seremos mais autónomos e podemos unir-nos livremente a outros sem depender deles.

É muito mais saudável considerar-se a si mesmo como uma “laranja completa” com todas as suas possíveis imperfeições e fragilidades, mas algo inteiro e não a meio. Todos somos seres íntegros e acabados, individuais e prontos para evoluir. A partir desta posição de autonomia e responsabilidade comigo mesmo, podemos e devemos, procurar a outra “laranja completa” com quem queremos partilhar esta visão da relação e da vida.

Verdadeiramente, os dois membros de um casal unem-se, no sentido de se completar e desenvolver cada um a si mesmo e por si mesmo e utilizam entre outras coisas e de maneira principal, a união e a relação com o seu cônjuge. Mas não se completam somando-se um ao outro. Não se trata de se fundir com o outro, mas sim de caminhar em paralelo, lado a lado.

Nos alicerces de um casal, há uma verdadeira amizade na qual cada um não se propõe a mudar o outro para ajustá-lo aos seus interesses, mas aceita-o tal como é e como muito, propõe-se mudar-se a si mesmo no sentido de querer ser melhor, para assim dar coisas melhores ao casal.

A visão romântica não é suficiente para que uma relação seja saudável e duradoira. Trata-se de ter uma amizade genuína, inclusivamente ser amigos antes de amantes, capacidade de apoiar-se nos projectos de cada um, um verdadeiro gostar mais além do “do físico” e capacidade de atravessar momentos difíceis escutando-se e partilhando.