quinta-feira, 31 de julho de 2014

Carta dirigida aos pais de um "filho do divórcio"

O Divórcio e o impacto que este acontecimento tem na vida dos filhos tem sido uma tema que abordamos frequentemente.
Hoje partilhamos convosco uma carta escrita por uma criança quando os seus pais se separaram. Esperemos que útil para entenderem o divórcio do ponto de vista das crianças...

(Para aceder ao vídeo vá a: http://familia.com.br/quando-os-pais-se-divorciaram-esse-garoto-lhes-escreveu-uma-carta)


Queridos mãe e pai,
Eu sei que estão a sofrer, eu também estou a sofrer. Sinto que me “alimento” da vossa tensão, medo e choque. Embora eu seja novo e não consiga explicar verbalmente o que se está a passar nas nossas vidas, continuo a sentir o impacto.
O meu coração parte-se cada vez que tenho de renunciar a um de vós, perdi o meu sentimento de segurança. Por favor não assumam que sou resiliente. Por favor não assumam que a minha vida será exactamente igual ao que era e que continuarei a sentir o mesmo amor por ambos.
Sou um ser humano, tal como vós…as minhas necessidades são como as vossas…preciso de amor, atenção, carinho, estabilidade, consistência, afeto, entendimento, paciência e, acima de tudo, de ser desejado.
Quando brigam por causa de mim ou me colocam no meio das vossas discussões, estão a mandar-me a mensagem de que ganhar um ao outro é mais importante do que a minha vida…estou a aprender convosco que é melhor estar certo do que ser amado…estão a ensinar-me que descendo de uma pessoa que não é passível de ser amada e que está errada e que, de certa forma, eu também estou errado.
Quando colocam a vossa dor no meu coração, estão a armazenar uma dor adulta e a roubar a minha infância. Estão a tirar-me a crença de que o amor é incondicional e a substitui-la por uma mensagem que me diz que para ser insensível e não amar porque vou magoar-me e não vou ser capaz de recuperar.
Talvez não compreendam isto agora e eu sou tão pequeno que não pensam no meu futuro, mas estão fazendo com que exista uma maior probabilidade de eu próprio me divorciar.
Às vezes colocam em risco a minha segurança para preencher um vazio no vosso coração. A minha segurança é responsabilidade vossa. Sem vocês e a vossa protecção fico sem “escudos” face ao mundo. Isto se manifestará em mim através de medos irracionais porque permanecerei num estado de luta ou fuga durante a maioria da minha vida.
Algum dia este choque inicial passará, mas a forma como escolheram educar-me durante esta crise, nunca vai passar. Eu vou sentir o vosso sentido de altruísmo, apoio e protecção ou vou ter uma cicatriz no meu coração com uma mensagem que diz “as coisas boas acontecem às pessoas boas”…eu devo ser uma pessoa má…

Atenciosamente,
O filho do divórcio





sexta-feira, 11 de julho de 2014

Birras - como reagir?



Todos sabemos que não é fácil sermos aquele que ouve o «não». Quando dizemos não àquilo que a criança quer, temos de estar preparados para lidar com a reação.

A birra é um elemento característico na vida das crianças na faixa etária dos 2 aos 5 anos. Elas podem ser acometidas de uma raiva intensa e agirem como se estivessem mesmo em desespero, atirando-se para o chão, com os braços e as pernas a abanar. A nossa reacção, regra geral, tende a ser de irritação ou ansiedade, com medo que se magoem. Podemos também sentir-nos embaraçados pelo descontrolo da criança. A forma como a birra nos faz sentir é o que a birra pretende comunicar, acima de tudo pretende que nos preocupemos, que nos sintamos impotentes, cruéis, seja o que for. É assim que a criança se sente. (…) As birras são uma demonstração da perda de um sentido coerente de identidade, de uma sensação de fragmentação.

Estes momentos podem ser assustadores, tanto de viver como de assistir. Quando as crianças pequenas ficam perturbadas, têm tendência a agir em vez de falar e comunicam através do seu comportamento. Se um adulto conseguir contar até dez e depois pegar na criança e tentar fazer com que ela se sinta mais inteira, menos fragmentada pela fúria, há boas probabilidades de que ela se acalme. O trabalho do adulto é manter a calma e não se deixar submergir de tal forma pelos sentimentos da criança ao ponto de estes o dominarem e o levarem a ter também o equivalente de uma birra. As birras não têm a ver com a razão e muitas vezes, quando assistimos a uma birra ou somos os seus causadores, uma parte de nós que sabe como é sentirmo-nos naquele desespero agita-se. Queremos pôr rapidamente fim à experiência e podemos ser sugados para o conflito, em lugar de manter a distância necessária do estado da criança de modo a podermos ajudá-la. Torna-se mais fácil ficarmos zangados e dizermos «Pára já com este disparate» do que perceber que a criança está perturbada e que precisa de ser contida e acalmada.

Quando as crianças são pequenas, ainda conseguimos contê-las fisicamente, segurá-las até a onda passar e ajudá-las a recuperar. Algumas crianças podem precisar desse contato físico, outras podem sentir-se contidas pela sua voz, pela sua paciência ou por as deixar descarregar a seu tempo, limitando-se a estar presente.


Adaptado de Um bom pai diz não, Asha Philips

terça-feira, 1 de julho de 2014

“O conflito nos tempos atuais é inevitável e sempre evidente. Entretanto, compreendê-lo, e saber lidar com ele, é fundamental para o seu sucesso pessoal e profissional”.

Os conflitos são presentes em todos os ambientes, organizacionais ou não, pois sempre que houver a convivência entre um grupo de pessoas, inevitavelmente haverá divergências de ideias, objetivos, dinâmicas, entre outros fatores. Na maioria das situações somos impelidos a ver os conflitos como sinónimo de problema, mas, será possível que as divergências tragam benefícios às nossas relações, sejam pessoais, familiares ou laborais?
Berg (2012) defende que existem três tipos de conflitos: pessoais, interpessoais e organizacionais. Conflito pessoal: é como a pessoa lida consigo própria, são inquietações, dissonâncias pessoais do indivíduo, e reflete um abismo entre o que se diz e faz, ou o contraste entre o que se pensa e como se age. Esse tipo de conflito pode levar a determinados estados de stress e atrito. Conflito interpessoal: é aquele que ocorre entre indivíduos, quando duas ou mais pessoas encaram uma situação de maneira diferente. Embora boa parte dos conflitos sejam causados por processos organizacionais, a maioria dos atritos e desavenças são, no entanto, de origem interpessoal, o que as  torna mais difíceis de se lidar. Podem existir ainda dentro dos conflitos interpessoais, o intragrupal (divergência numa mesma área, setor, etc.), e intergrupal (dissensão entre áreas, setores diferentes). Conflito organizacional: esse tipo de conflito não é fundamentado num sistema de princípios e valores pessoais, e sim do resultado das dinâmicas organizacionais em constante mudança, muitas delas externas à empresa.
Em todos os casos onde há conflito há pessoas, onde há pessoas há emoções.
No nosso entender as situações conflituosas, quando geridas de forma positiva , podem apresentar oportunidades de crescimento e mudanças.
Dia 03 de Julho a não perder, Workshop de Gestão de Conflitos! Hotel Vip às 15h!