sexta-feira, 22 de junho de 2012

A importância dos rituais familiares na construção da família (adaptado de Wolfgang Lind, 2004 : Cidade Solidária p. 6 - 23)

A palavra "ritual" transporta-nos a descrições fantásticas de povos longínquos na África, Ásia e América do Sul. . . Quase nos esquecemos que possuímos na nossa cultura ocidental formas ritualizadas, que apenas divergem nos seus conteúdos.

Organizamos os nossos dias em rotinas, tais como as refeições, os trabalhos domésticos, as actividades de tempos livres. As tradições permitem organizar no calendário familiar, por exemplo, as festas de aniversário dos seus membros, as férias familiares e as celebrações, as datas ligadas à cultura em que se insere a família, tais como o Natal ou a Páscoa.




Os rituais ligadas os ciclo de vida da família que interligam as pessoas em relação ao percurso de um ser humano ao longo da sua vida. O nascimento ou o dia de adopção, o batizado, a primeira comunhão, a entrada na faculdade, o casamento e o funeral. Estes rituais do ciclo de vida familiar têm as suas origens nos ritos de passagem. Muitos marcam uma mudança geracional, a entrada numa nova etapa da vida.

No entanto, diversos autores apontam para a progressiva perda das rotinas e rituais nas sociedades ocidentais...

Pensamos que, um reatar de de rituais familiares pode proporcionar às famílias um fio condutor constituindo recursos extremamente importantes para o fortalecimento das famílias, permitindo um restabelecimento das ligações interpessoais, uma elaboração de um significado de vida e uma segurança no contexto familiar e comunitário.

A familiaridade dos rituais (ex: o parabéns a você, o soprar das velas, os presentes) fornecem-nos o suporte necessário para fazer a transição para uma futura etapa desconhecida.

Os rituais ligam-nos ao passado, definem a nossa vida presente e apontam caminhos para o futuro.

Concedem-nos o tempo e um espaço protegido para parar e reflectir sobre eventos de transformação, e envolvem-nos com a sua curiosa mistura de componentes familiares e desconhecidos.

Os rituais devem ser flexíveis, gratificantes e com significado, necessitando ser, tempos a tempos, readaptados, sobretudo quando os membros familiares e as suas relações mudam e se desenvolvem (por exemplo, é diferente uma celebração de um aniversário de uma criança de 3 anos e um adolescente de 16 anos).

Convidamos cada família a "descobrir" os seus rituais e propomos o desafio...

Por exemplo, a passagem da infância para a adolescência é marcada com um ritual de passagem em alguns povos e tribos. Infelizmente, nós não temos o costume de marcar a passagem da infância para a adolescência ou da adolescência para a idade adulta. Podia por exemplo festejar-se a menarca nas raparigas ou o fazer da primeira barba nos rapazes...

E outros eventos cada vez mais comuns entre nós, como, ter novos enteados, adopções, divórcios, são raramente marcados por rituais. Será que podíamos criar algum tipo de ritual que nos ajudasse a lidar melhor com o acontecimento?


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Terapia de Casal

   " O que ela pensa, o que ele nunca diz, as feridas dos dois e aquilo que os une"  
                                Gameiro, J. (2011), Até que o amor nos separe. Lisboa:Matéria-Prima Edições

Brigas de dia, amuos ao deitar, silêncios ao chegar a casa, culpa, rancores e mágoas, distância mesmo com o outro ali ao lado... Nenhum se lembra como começou. Ambos suspeitam e por vezes receiam que seja o fim...têm dúvidas...no pensamento surge um rol de queixas mútuas: ele passa muito tempo no trabalho e ela controla demasiado a vida dele; ele é egoísta e ela descuidada com a aparência; ele deixa a sogra intrometer-se na vida deles e ela não quer saber da família dele; ele não lhe dá atenção e ela só quer saber dos filhos... não se ouvem mútuamente até que decidem procurar um local neutro e alguém que lhes facilite o diálogo: um/a terapeuta de casal.

Por vezes quando menos se espera a crise conjugal bate-nos à porta...as relações amorosas sofrem um enorme desgaste com a rotina diária e por vezes podem não resistir à pressão do quotidiano, aos desejos, ambições e expectativas individuais. O afastamento emocional ou o simples querer quebrar a rotina a nível individual pode gerar instabilidade e crise no casal.
A infidelidade, a comunicação, as familias de origem de cada um, o nascimento de um filho, a conjugalidade vs a parentalidade, os lutos familiares, a perda de intimidade, os conflitos no casal podem levar a situações de (eminente) ruptura que podem ser minoradas ou melhor geridas através da terapia de casal.
Numa sessão de terapia de casal, o casal irá expor o que os levou a procurar a terapia, o que é que os preocupa e como é que cada um individualmente acha que a situação poderá ser resolvida. A terapia de casal visa em primeiro lugar (re)estabelecer a comunicação entre o par, promovendo uma maior abertura entre o casal, dando-lhes a oportunidade de num contexto neutro, livre de julgamentos ou tomada de partidos reverem e avaliarem a sua vida a dois, olharem para si próprios, para a sua vida, repensarem as suas atitudes e dificuldades e enfrentarem os sentimentos que julgam dificeis de lidar. A terapia de casal não fornece a fórmula mágica para a sua relação, mas identifica e ajuda o casal a descobrir novas possibilidades de ação e potencia a sua capacidade de encontrar o rumo mais indicado para ambos,facultando o processo de tomada de decisão do casal quanto ao futuro da relação. Após a tomada de decisão do casal, a terapia poderá inicidir no apoio e promoção de um processo de recuperação da relação e restabelecimento dos laços, (perante uma decisão de manter e recuperar/renovar a relação) ou promover uma ruptura saudável (quando a decisão conjugal recaí sobre a separação/divórcio), vivendo a situação da forma menos traumática possivel.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Mediação Familiar




Está de costas voltadas com alguém porque têm um conflito que não conseguem resolver?
  
Não se lembra da última vez que conseguiram conversar sobre esse assunto calmamente? 
Se tem um conflito com alguém que lhe é próximo, a mediação familiar poderá ser a solução... 
  
A Mediação Familiar é um processo que consiste num conjunto de sessões em que um mediador familiar, um profissional certificado e imparcial, procura ajudar duas (ou mais) pessoas a comunicarem e apoia-as na tentativa de chegar a uma solução, um acordo que seja aceite por ambos. 
A Mediação Familiar já existe há algum tempo em Portugal, mas é uma área pouco conhecida nos Açores. Para quem ainda não a conhece, a mediação é uma forma de resolução de conflitos alternativa à mais comum na nossa sociedade, nomeadamente, os Tribunais.
  
Algumas das vantagens de escolher a mediação são o facto de ser um processo confidencial e flexível, que é mais rápido e menos dispendioso do que um processo judicial, sendo que, para além disso, proporciona-lhe a oportunidade de chegar a um acordo que seja do seu agrado e não imposto por outros.
 
 
Se tiver outras dúvidas ou informações que deseja colocar-nos, estamos inteiramente disponíveis para o esclarecer.