sexta-feira, 23 de maio de 2014


Gosto de Fazer Amor

“Agrada-me o teu modo de ser. Sinto-me muito bem contigo. Tudo tem vindo a sedimentar-se pouco a pouco, de forma real, sem demasiadas fantasias. Temos enfrentado os nossos medos, superando-os com prudência, consolidando o nosso par.
Que maravilhosa relação! Sinto-me vivo e livre! Contigo, consegui gostar de mim e apreciar-me como homem, perante uma mulher. É curioso como, quando estou contigo, alcanço um equilíbrio extraordinariamente saudável, desfrutando da felicidade da criança, sentindo a protecção e a segurança do Pai e com a nitidez de ter os pés bem assentes no chão, vivendo a realidade com o Adulto que há em mim. Quando estou ao teu lado sinto-me um homem completo e autêntico.
Quando contacto contigo noto no meu corpo uma sensação quente de conforto e bem-estar. Gosto de te respeitar e gosto que tu me respeites, que não tomes conta de mim.
Alegra-me viver a minha vida e que tu também vivas a tua. Assim podemos usufruir ambos de uma parte delas quando decidirmos fazê-lo. Isso tranquiliza os meus medos de dependência. Não quero ser afectivamente dependente de ti.
Agrada-me que te arranjes e cuides de ti, que gostes de ti e te aprecies – isso dá mais autenticidade à tua pessoa, à minha e à nossa relação.
Quando não estou contigo usufruo da minha vida, sabendo que não precisas de mim para viveres a tua, que podes ser feliz quando estás só, quando te relacionas com outras pessoas ou até quando estás a trabalhar. Nos momentos em que me lembro de ti, observo o meu coração, sei que te tenho perto de mim e sinto amor no meu peito.
Não tenho desejos possessivos em relação a ti. Gosto de te ter comigo, desde que tu decidas e assim possas exercer a tua liberdade. Adoro que te sintas livre, que gozes e que sejas feliz.
Gosto de fazer amor contigo. Em qualquer momento, estejamos juntos ou não. Porque conseguiste que fazer amor seja para mim uma forma de viver a vida.”



 José F.Zurita “Gosto de Fazer Amor”













sexta-feira, 16 de maio de 2014

A arte terapia

A arte terapia...
"A arte terapia tem por base a ideia de que as representações artísticas contribuem para a construção dum significado dos conflitos psicoemocionais, promovendo a sua resolução. É também um meio de desenvolvimento pessoal, de auto-conhecimento e expressão emocional, que ativa positivamente os processos de mudança. Aplicada em diversos contextos como stress, ansiedade, depressão, medos/fobias, alteração de comportamentos nas crianças, défice de atenção, fortalecimento de laços, entre outros."
http://youtu.be/URyQxLF-lfY

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Dar ATENÇÃO às crianças

Uma criança cuja capacidade intelectual era adequada em relação ao seu grupo etário apresentava problemas de rendimento na escola. Os professores tinham comentado anteriormente com os pais o que se passava.
O pai, excessivamente ocupado na sua actividade laboral, reduzira ao máximo a atenção que podia prestar ao filho.
A mãe, que trabalhava fora de casa, era uma pessoa bastante ocupada, e também quem efectuava a maior parte das tarefas domésticas. Quase sempre quando o filho chegava da escola, estava ocupada nalguma dessas actividades e assim dispunha de pouco tempo para lhe prestar atenção.
Certa tarde, enquanto efectuava essas tarefas, o filho chegou da escola particularmente satisfeito e comentou que recebera os parabéns da professora por um desenho que fizera. A mãe deixou o que estava a fazer, pediu que lhe mostrasse o desenho e desfez-se em elogios em relação às suas aptidões artísticas e, além disso, reconheceu o esforço que estava a fazer nas restantes disciplinas.
No dia seguinte, para surpresa da mãe, o filho trouxe da escola uma folha com uma redacção em que tinha tido cuidado especial com a caligrafia e a apresentação. De novo, a mãe decidiu prestar-lhe atenção e relegar as suas ocupações para segundo plano.”


Com este excerto pretendemos demonstrar o valor da atenção como reforço do comportamento das crianças. Ao utilizar a palavra “reforço” pretendemos descrever um acontecimento, resultado ou consequência que se associa a determinado comportamento e que é capaz de modificar a probabilidade de que o mesmo comportamento se volte a repetir. Quando recompensamos ou castigamos uma criança em consequência de um comportamento específico estamos a promover que a criança repita ou evite esse comportamento. Uma das maiores recompensas que se pode dar a alguém é a ATENÇÃO, sendo que a retirada de atenção constitui o pior castigo. Um comportamento a que se preste atenção tem tendência para se repetir, ao invés os comportamentos que não recebem atenção têm tendência a desaparecer, desde que não se obtenha outro tipo de recompensa pelos mesmos.
O exemplo acima descrito demonstra como a atenção da mãe reforçou o comportamento adequado do filho – esforçar-se na escola. Por outro lado, se prestarmos atenção a uma criança que diz um palavrão, podemos estar, sem nos apercebermos, a reforçar esse tipo de linguagem.
Com este texto pretendemos demonstrar a importância de se analisar que comportamentos estamos realmente a reforçar quando dedicamos a nossa atenção a alguém.

                Adaptado do livro “Educar sem gritar
                Carolina Teves