segunda-feira, 21 de novembro de 2016

O toque....

Não digas nada...
Dispenso as palavras quando, sinto seu toque em meu corpo."
 Ginna Gaiotti


Tocar, sentir, viver….

Tocar ou ser tocado é algo tão importante, quanto o acto de nos alimentarmos. O toque é um dos nossos cinco sentidos, e como tal essencial para que tenhamos uma vida emocional equilibrada. Ao sermos tocados, os nossos receptores da pele, permitem perceber a mensagem do toque associada, qual o sentimento, sensação ou emoção e isto leva-nos a poder aceder ao nosso “ Eu interior”, a contactarmos com aquilo que nos faz únicos face aos demais…o nosso Sentir!!!

Desde que nascemos que iniciamos a nossa viagem sensorial, começamos pelo toque dos nossos pais que nos transmite os sentimentos que experimentaremos no nosso seio familiar (segurança, protecção, amor, cuidado…). Estudos comprovam que tanto a massagem quanto um simples toque ajudam um recém-nascido a crescer de forma saudável quer fisicamente quer a nível cognitivo, social e afectivo. As crianças desde tenra idade procuram o toque: ao sinal de qualquer medo ou sensação de perigo, pedem a mão ou o colo; às vezes, fazem um “beicinho”  para um miminho; procuram dormir com os pais, não só para ficarem quentinhas, mas para que a proximidade física e toque lhes confira a sensação de protecção e carinho.
Infelizmente, por condicionalismos culturais, tem-se verificado a existência de uma reacção negativa ao toque, sendo muitas vezes apagado das nossas vidas, por se considerar uma invasão de privacidade, uma intimidade excessiva, em muito associada à sexualidade.
Contudo, nem sempre o toque está relacionado ao sexo!!!!
Em muitos países, as pessoas apertam as mãos, abraçam-se e beijam-se com maior frequência, para que seja mantido um saudável nível de interacção ao toque.
Muitas vezes, os idosos tentam também nos relembrar do valor do toque: procuram uma mão, um carinho numa conversa, que frequentemente não surge perante a nossa impaciência ou falta de tempo, para dedicar-lhes um minuto de atenção. Mas, se pararmos por esse minuto, veremos o quanto temos a aprender e como um carinho daquelas mãos maltratadas pelo tempo nos dá o conforto e a segurança.
Um toque tão simples como o aperto de mão, pode fazer a diferença, na interacção que desenvolvemos com quem trocamos esse aperto.
Um toque agradável liberta oxitocina no organismo e com isso a diminuição do stress e o aumento do bem-estar são consequências reais e bem prazerosas!
Se o toque é essencial para o ser humano, nas relações que estabelece, ganha ainda maior importância ao falarmos nas relações significativas, sobretudo nas conjugais.
O toque no foro das relações conjugais, é um bom termómetro para a própria relação. O toque permite exteriorizar sentimentos como carinho, atenção, cuidado, paixão, cumplicidade….abrindo uma linguagem não verbal de extrema importância para a manutenção da ligação a dois e muitas vezes recordando ou dando a conhecer sentimentos que as palavras por si só não traduzem.

Assim, abram as vossas mentes e braços …e deixem que o toque vos fale ao coração…


Elisabete Gomes

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Sabiam que é possível existir várias verdades?


Esta é uma realidade com que nos deparamos muitas vezes, com os nossos amigos, com familiares, até mesmo no nosso trabalho, ouvimos duas pessoas contar versões diferentes de um mesmo acontecimento…isto não significa que estão a mentir, simplesmente que cada um está a contar a sua versão dos acontecimentos, com base na forma como se sentiu e como percepcionou o dito acontecimento. Quando discutimos e quando estamos em conflito, o mesmo acontece. É importante reconhecermos esta dupla existência da verdade … não existe uma verdade apenas, ambos podem ter razão. Esta noção descentra-nos de uma sociedade virada para o conflito e para a competição e ensina-nos que a escuta ativa e a negociação são melhores abordagens na resolução de conflitos.


O trabalho que desenvolvemos em mediação familiar vai de encontro a esta ideologia. Se ainda não conhecem a abordagem da mediação mas esta visão sobre a verdade vos faz sentido, sugerimos que leiam os nossos artigos anteriores sobre mediação familiar.