sexta-feira, 28 de junho de 2013

Masturbação feminina: prazer e saúde


A masturbação, por incrível que pareça, ainda é tabu para muita gente. Se colocarmos as palavras “masturbação” e “pecado” juntas no Google encontraremos 360.000 referências. Não vi todas, é claro, mas a maioria das primeiras afirma que se trata de um pecado terrível. Também chequei aleatoriamente diversas páginas adiante e, da mesma forma, a maioria afirma tratar-se de um pecado. Mas se acrescentarmos a palavra “feminina”, algo surpreendente acontece. As primeiras referências são afirmações de que não é pecado se masturbar.

Eu imagino que a maioria das pessoas não acha mais que se trata de um pecado. Mas é interessante que muitos médicos e cientistas afirmam que, na verdade, esta prática é muito benéfica para a saúde, tanto do corpo quanto da mente. Encontrei uma página na web (women to women) que é bastante esclarecedora sobre o assunto, e que traz dez boas razões para a gente se masturbar (além, é claro, do prazer em si):

1) Masturbação ajuda a prevenir infecções do colo do útero e ajuda a aliviar as infecções do trato urinário. Embora seja do conhecimento geral que a masturbação regular pode reduzir o risco de câncer de próstata nos homens, os estudos estão mostrando que a masturbação feminina também pode fornecer proteção contra infecções do colo do útero, porque quando as mulheres se masturbam, o orgasmo abre o colo do útero.
 
2) Em seu livro “Sexo: Uma História Natural”, Joann Ellison Rodgers descreve como o processo de masturbação estica e puxa o muco no colo do útero, permitindo um aumento da acidez do líquido cervical. Isso aumenta bactérias “amigáveis” e permite uma maior fluidez na passagem do colo do útero na vagina. Quando o  fluido “velho” se move a partir do colo aberto, não só lubrifica a vagina, mas também esvazia organismos hostis que podem causar infecções.

3) Muitas mulheres relatam o desejo de masturbar-se quando sentem que estão com infecções urinárias, e por uma boa razão: masturbação ajuda a aliviar a dor e libera as bactérias antigas do colo do útero. É a maneira do corpo de colocar as bactérias para fora.

4) A masturbação é associado com a saúde cardiovascular e menor risco de diabetes tipo-2. Em uma série de estudos, as mulheres que tiveram orgasmos com maior freqüência e sentem mais satisfação com o sexo – se com um parceiro ou não – mostraram ter maior resistência à doença arterial coronariana (DAC) e diabetes tipo-2.

5) Masturbação pode ajudar a combater a insônia, naturalmente, através da liberação hormonal e da tensão. Muitas mulheres se masturbam como um meio para relaxar após um dia agitado ou para adormecer à noite, mas muitas vezes elas não sabem que há uma razão hormonal envolvida. A dopamina aumenta durante a antecipação de um clímax sexual. Após o clímax, os hormônios calmantes oxitocina e endorfinas são liberados, fazendo-nos sentir um calor agradável que nos ajuda a dormir.

6) O orgasmo aumenta a força do assoalho pélvico. Há muitos benefícios de ter um assoalho pélvico saudável. Durante o orgasmo, o assoalho pélvico recebe um verdadeiro treino. O clitóris se avoluma com os picos de aumento da pressão arterial. Tônus muscular, freqüência cardíaca, respiração aumentam. O útero sobe para fora do assoalho pélvico, aumentando a tensão do músculo pélvico. Isso fortalece toda a região, bem como a sua satisfação sexual.

7) Melhora o nosso humor. Masturbação ajuda a aliviar sentimentos depressivos. Como nós ficamos estimuladas, os níveis hormonais de dopamina e adrenalina sobem em nossos corpos. Ambos os hormônios são impulsionadores do humor. Muitos estudos mostram que mulheres que relatam satisfação com sua vida sexual têm uma melhor qualidade de vida em geral.

8 ) Alivia o stress. Em seu livro “For Yourself”, a terapeuta sexual Lonnie Barbach explica que a masturbação pode ajudar a aliviar o estresse emocional, tendo tempo para nós mesmos, em meio às demandas do lar, família e trabalho.

9) Fortalece nossa relação com nós mesmas. Quando sabemos nutrir-nos de amor nos níveis emocional e físico, ganhamos confiança e crescemos através da auto-consciência. Ser capaz de reconhecer, articular e experimentar o que traz prazer é um passo poderoso em direção a auto-realização.

10) Fortalece a relação sexual com o parceiro. Muitos casais têm diferentes ritmos  e necessidades sexuais. A masturbação é uma forma de satisfazer as necessidades pessoais não atingidas pelo companheiro.  Testemunhar um parceiro masturbar-se pode nos ensinar o que eles gostam. Também pode abrir as linhas de comunicação entre parceiros que de outra forma poderiam supor que a “rotina” ainda está funcionando.

Texto: 
por calcinhasnarede http://calcinhasnarede.wordpress.com

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Fadiga do Psicoterapeuta

Muitas vezes amigos e conhecidos meus, leigos na temática das psicoterapias, perguntam-me se não levo os problemas dos meus pacientes para casa. De algum modo parecem pensar que nós, psicoterapeutas, saímos preocupados do consultório e mal podemos dormir com o peso dos problemas alheios.
Sempre respondi tranquilamente dizendo que não é exactamente assim, pois para que alguém seja terapeuta exige-se uma formação rigorosa que habilita o profissional a separar os conteúdos que são seus daqueles que pertencem aos seus pacientes.
Boa resposta, talvez para leigos...mas muito incompleta se quisermos realmente aprofundar a natureza desta questão...
Passamos horas e horas a ouvir e a sermos empáticos com as outras pessoas, enquanto descuidamos as nossas próprias famílias e a nós mesmos. Depois de um longo dia a ver pacientes, quantos de nós sentem-se realmente dispostos a lidar com as queixas quotidianas dos nossos filhos e companheiros ou, ainda, quantos de nós têm disposição para fazer desporto ou uma refeição equilibrada?
As queixas mais frequentes dos psicoterapeutas passam por sentirem dificuldades em dormir, problemas de sobrepeso e exaustão generalizada...
Transformamo-nos heróis sensíveis dos pacientes, subitamente em participantes relapsos dos nossos sistemas familiares e cuidadores negligentes dos nossos corpos...
Os terapeutas podem e devem recorrer a vários recursos para cuidarem da sua saúde pessoal, mas todos implicam uma mudança de rotina de trabalho e de vida. Medir melhor o número de pacientes atendidos, deixar espaços de tempo razoáveis para alimentação, exercício físico, etc., são alguns destes recursos que, por simples que pareçam, são tremendamente difíceis de serem implementados.
Não se trata apenas de trabalhar menos, é preciso substituir uma parte da confirmação financeira e profissional que advém de uma agenda lotada, por uma consciência crescente de que somos tão vulneráveis quanto nossos pacientes e de que é impossível advogar causas alheias se não cuidarmos de nós próprios...”


Fadiga do Psicoterapeuta – Estresse Pós-Traumático Secundário
Rosa Cukier