sábado, 11 de agosto de 2012

Diga "sim" à sua caixa negra


Desde cedo aprendemos que determinados comportamentos são errados ou pouco desejáveis. Aprendemos, e até ensinamos aos descendentes, que mentir, ter inveja, sentir raiva ou ódio por alguém, fazer birras… são comportamentos, sentimentos e atitudes a corrigir ou a punir.

Morte a tais atributos?! E o que nos vai restar? As características socialmente aceites e valorizadas. Pois muito bem, seremos quase perfeitos. Guardaremos todos os “excedentes” numa caixa, algures no nosso corpo e, de preferência, nem falaremos dela a ninguém e fazemos de conta que não existe.

Hum… sentimos o peso… a caixa pesa… o conteúdo sai de outras formas… que chatice…

Reduzimos a possibilidade de ver de outros prismas, sentir, pensar e experimentar noutros ângulos.

Vamos procurar a caixa? Dar-lhe um nome? Sim. É negra e precisamos dela – caixa negra!

Na fotossíntese as plantas também necessitam do dióxido de carbono, tem uma função primordial para a posterior libertação de oxigénio.

Vamos sentir inveja? Sim, por favor! Mais do que humano pode ser conotada positivamente. Como dizia Rui Zink na sua obra Luto Pela Felicidade dos Portugueses, não senti-la poderá remeter-nos para a irritante autossuficiência e o mais penoso autismo, “se a inveja é ver os outros, não ter inveja é não ver os outros (Rui Zink).

E, já agora… deixe sair uma birra de vez em quando. Ou, simplesmente, descodifique aquela sensação no estômago, sim, aquele nó…
Ruben Santos

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