quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Ser é chegar a ser


 
 
Ser é chegar a ser. Há que aprender a ser tudo o que somos. Uma das razões de entrar num processo de psicoterapia é que ao entregar-nos a um estranho, nós podemos descobrir o tipo de liberdade que nos vai possibilitar descobrir quem somos.

O psicoterapeuta é uma dessas pessoas que se pode odiar sem culpar. Uma dessas pessoas com as quais podemos ser completamente nós próprios, sem deixarmos de ser aceites, mais ou menos uma hora por semana. Termos a coragem de nos expor a alguém facilita ou possibilita ainda mais o expor mais de mim próprio a mim próprio.

De modo que o primeiro passo é aprender a escutar-nos. Atrever-nos a que haja momentos nos quais nada se sucede, a não ser que esperemos que algo ocorra dentro de nós, não desde fora, não desde alguma outra pessoa.

A criatividade exige distanciamento e tempo.





Texto adaptado de Carl Whitaker, Meditaciones Nocturnas de Un Terapeuta Familiar, 1992

3 comentários:

  1. Por vezes basta que nos questionem um insignificante porquê para desplotar em nós uma enorme cadeia de pensamentos e soluções. É essa a sensação que tenho nas sessões de terapia. Normalmente chego lá com uma lista enorme de problemas e à primeira pergunta que me faz eu resolvo metade dos pontos, sem sequer os expor!
    O simples facto de os terapeutas serem completamente externos aos nossos problemas leva-os a nos questionar coisas que nos passaram despercebidas e que afinal eram tão básicas... Há dias em que me sinto frustrada com a minha aparente incapacidade de análise dos meus próprios problemas! Se sou eu que os tenho ou desenvolvo, porque razão não sou eu que compreendo o que se está a passar? (Junho 2012)

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  2. Por vezes, estar dentro do processo impossibilita-nos ver determinados aspectos, aqueles que procuramos, aquela explicação, aquele outro estar ou ser... Porque estar dentro do processo é necessário e inevitável (bem, há vezes que não estamos, ou não queremos estar, ou fugimos, ou disfarçamos, ou...). Estar dentro significa viver e experimentar. Desde aí surgem as questões que nos vão levar a outros "estádios". E crescer. E ver desde fora pode ser um grande trunfo, através de nós próprios, desligando, questionando e falando com pessoas externas, ou connosco em momentos nos quais nos externalizamos. Novas visões... também novas crises...

    Obrigado, Ondina!

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  3. Eu é que agradeço o vosso trabalho...
    Foi rápido e eficaz! Agora o resto é comigo mesma...

    Saudações à equipa (com alguma saudade)

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