segunda-feira, 12 de maio de 2014

Dar ATENÇÃO às crianças

Uma criança cuja capacidade intelectual era adequada em relação ao seu grupo etário apresentava problemas de rendimento na escola. Os professores tinham comentado anteriormente com os pais o que se passava.
O pai, excessivamente ocupado na sua actividade laboral, reduzira ao máximo a atenção que podia prestar ao filho.
A mãe, que trabalhava fora de casa, era uma pessoa bastante ocupada, e também quem efectuava a maior parte das tarefas domésticas. Quase sempre quando o filho chegava da escola, estava ocupada nalguma dessas actividades e assim dispunha de pouco tempo para lhe prestar atenção.
Certa tarde, enquanto efectuava essas tarefas, o filho chegou da escola particularmente satisfeito e comentou que recebera os parabéns da professora por um desenho que fizera. A mãe deixou o que estava a fazer, pediu que lhe mostrasse o desenho e desfez-se em elogios em relação às suas aptidões artísticas e, além disso, reconheceu o esforço que estava a fazer nas restantes disciplinas.
No dia seguinte, para surpresa da mãe, o filho trouxe da escola uma folha com uma redacção em que tinha tido cuidado especial com a caligrafia e a apresentação. De novo, a mãe decidiu prestar-lhe atenção e relegar as suas ocupações para segundo plano.”


Com este excerto pretendemos demonstrar o valor da atenção como reforço do comportamento das crianças. Ao utilizar a palavra “reforço” pretendemos descrever um acontecimento, resultado ou consequência que se associa a determinado comportamento e que é capaz de modificar a probabilidade de que o mesmo comportamento se volte a repetir. Quando recompensamos ou castigamos uma criança em consequência de um comportamento específico estamos a promover que a criança repita ou evite esse comportamento. Uma das maiores recompensas que se pode dar a alguém é a ATENÇÃO, sendo que a retirada de atenção constitui o pior castigo. Um comportamento a que se preste atenção tem tendência para se repetir, ao invés os comportamentos que não recebem atenção têm tendência a desaparecer, desde que não se obtenha outro tipo de recompensa pelos mesmos.
O exemplo acima descrito demonstra como a atenção da mãe reforçou o comportamento adequado do filho – esforçar-se na escola. Por outro lado, se prestarmos atenção a uma criança que diz um palavrão, podemos estar, sem nos apercebermos, a reforçar esse tipo de linguagem.
Com este texto pretendemos demonstrar a importância de se analisar que comportamentos estamos realmente a reforçar quando dedicamos a nossa atenção a alguém.

                Adaptado do livro “Educar sem gritar
                Carolina Teves


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