terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

E então, por que me quiseste ver? Eram só saudades?


Há algumas semanas atrás...

 

- E então, por que me quiseste ver? Eram só saudades? (sorri)

- Está a chegar a altura de os terapeutas me ligarem para saber se eu estou bem ou se quero voltar às sessões...

- E tu, que achas?

- Ainda não sei bem. Queria falar contigo primeiro...

- Ai sim? Então e porquê? Estás com dúvidas?

- Não, não é isso... Eu vou responder que está tudo bem e que não preciso de lá voltar!

- Se vais responder isso é porque já decidiste… Não estou a perceber o que faço eu aqui!

- Gostava de saber o que achas!

- O que eu acho… ora bem, neste momento acho que tu achas que não precisas de lá voltar! Mas penso que tu não tens a certeza que realmente não precises…

- Eu nunca tenho certeza de nada Fritz… Por isso te chamei!

- Diz-me, tu sentes falta das sessões?

- Em parte, sim!

- E qual parte é que sim?

- A parte em que ele me confrontava, me questionava, me mostrava o outro lado da “coisa”. E principalmente a parte em que saía de lá inspirada para fazer montes de coisas…

- E então?

- Então agora tenho-te a ti! Tu desempenhas bem esse papel também…

- Mas…?

- Mas dois são sempre melhor que um! (sorriu)

- Pois é verdade. E ele, ao que me lembro, tinha-te dito que deverias ampliar a tua rede social, não foi?

- Sim!

- E então, já fizeste isso?

- Mas como, Fritz? Como posso eu fazer isso? Tu sabes que eu nunca fiz isso! Eu nunca iniciei uma amizade… são sempre os outros que se chegam a mim… quando eu tento, escolho sempre mal as pessoas. Ou porque acabo por descobrir que afinal não têm nada a ver comigo, ou porque as pessoas se afastam, provavelmente porque elas acham que eu não tenho nada a ver com elas… Olha, já desisti! Agora não procuro mais… se alguém me encontrar, tudo bem, senão fico com os que já tinha! São poucos mas bons! Sei que posso contar com eles…

Além disso a relação que tenho contigo tem sido muito enriquecedora! Acho que não preciso de mais ninguém… Contigo sinto-me sempre acompanhada!

- Então quer dizer que não vais mesmo voltar à terapia!?!

- Não, não vou!… Pelo menos para já não sinto essa necessidade.

Sabes o que me apetece fazer?

- Não! O quê?

- Escrever um livro! Mas um livro mesmo! Editado e tudo… sobre nós!

- Nós? Nós quem...? Eu e tu?

- Sim lindo… nós dois! Um livro sobre a nossa amizade.

- És louca! - disse-lhe eu no meio de uma gargalhada

- Talvez! Mas neste momento começo a gostar da minha loucura…
 
 
                                                                                              
                                                                                                 O. V., Janeiro de 2013

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