“Sexualidade
no Casamento...”
“A sexualidade significa cérebro e emoções, cultura, história de vida, perspectiva evolutiva de uma relação. Compreender a sexualidade de uma pessoa pressupõe saber alguma coisa sobre o seu desejo sexual, as suas fantasias e os seus comportamentos. Num casal a questão complexifica-se e a perspectiva individual não pode somar-se à visão do outro, porque a interação modela o relacionamento íntimo.
A
sensualidade é de outra dimensão, não menos importante. Remete-nos
para uma experiência agradável que envolve ver, tocar e ser tocado,
cheirar, sentir em todo o corpo. Estas experiências envolvem-nos com
a pessoa que amamos, mas não estão imediatamente ligadas ao ato
sexual. Criam vínculos de amor, lançam pontes para o entendimento
profundo entre os dois seres, fazem-nos sentir próximos.
A
sensualidade inclui dar as mãos, abraçar, falar de forma afetuosa,
ouvir em conjunto uma música com significado afetivo para ambos.
Quando
a sensualidade desapareceu da relação conjugal, a ligação afetiva
perde proximidade e o ato sexual passa a ser o único momento em que
o casal verdadeiramente se envolve. A pressão de um bom desempenho
ganha assim demasiada importância. Por isso muitas vezes é melhor
adiar.
A
perda da sensualidade está relacionada com muitas dificuldades
sexuais dos casais de hoje. Essa perda começou no momento em que o
casal não soube passar do efémero da paixão para um sentimento
mais seguro e estável, o amor.
O
caminho tem de ser o da sensualidade, reencontrada a partir das
experiências partilhadas de descoberta das necessidades, desejos e
sonhos do companheiro(a). Falar pouco e tocar muito são estradas
importantes desse percurso.”
Daniel
Sampaio
“Labirinto
de Mágoas – As crises do casamento e como enfrentá-las”
Sem comentários:
Enviar um comentário