Hoje partilhamos convosco uma carta escrita por uma criança quando os seus pais se separaram. Esperemos que útil para entenderem o divórcio do ponto de vista das crianças...
(Para aceder ao vídeo vá a: http://familia.com.br/quando-os-pais-se-divorciaram-esse-garoto-lhes-escreveu-uma-carta)
Queridos mãe e pai,
Eu sei que estão a
sofrer, eu também estou a sofrer. Sinto que me “alimento” da vossa tensão, medo
e choque. Embora eu seja novo e não consiga explicar verbalmente o que se está
a passar nas nossas vidas, continuo a sentir o impacto.
O meu coração parte-se
cada vez que tenho de renunciar a um de vós, perdi o meu sentimento de
segurança. Por favor não assumam que sou resiliente. Por favor não assumam que
a minha vida será exactamente igual ao que era e que continuarei a sentir o
mesmo amor por ambos.
Sou um ser humano, tal
como vós…as minhas necessidades são como as vossas…preciso de amor, atenção,
carinho, estabilidade, consistência, afeto, entendimento, paciência e, acima de
tudo, de ser desejado.
Quando brigam por
causa de mim ou me colocam no meio das vossas discussões, estão a mandar-me a
mensagem de que ganhar um ao outro é mais importante do que a minha vida…estou
a aprender convosco que é melhor estar certo do que ser amado…estão a ensinar-me
que descendo de uma pessoa que não é passível de ser amada e que está errada e
que, de certa forma, eu também estou errado.
Quando colocam a vossa
dor no meu coração, estão a armazenar uma dor adulta e a roubar a minha
infância. Estão a tirar-me a crença de que o amor é incondicional e a substitui-la por uma mensagem que me diz que para ser insensível e não amar porque vou
magoar-me e não vou ser capaz de recuperar.
Talvez não compreendam
isto agora e eu sou tão pequeno que não pensam no meu futuro, mas estão fazendo
com que exista uma maior probabilidade de eu próprio me divorciar.
Às vezes colocam em
risco a minha segurança para preencher um vazio no vosso coração. A minha
segurança é responsabilidade vossa. Sem vocês e a vossa protecção fico sem
“escudos” face ao mundo. Isto se manifestará em mim através de medos
irracionais porque permanecerei num estado de luta ou fuga durante a maioria da
minha vida.
Algum dia este choque
inicial passará, mas a forma como escolheram educar-me durante esta crise,
nunca vai passar. Eu vou sentir o vosso sentido de altruísmo, apoio e protecção
ou vou ter uma cicatriz no meu coração com uma mensagem que diz “as coisas boas
acontecem às pessoas boas”…eu devo ser uma pessoa má…
Atenciosamente,
O filho do divórcio
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