Desde cedo aprendemos que
determinados comportamentos são errados ou pouco desejáveis. Aprendemos, e até
ensinamos aos descendentes, que mentir, ter inveja, sentir raiva ou ódio por
alguém, fazer birras… são comportamentos, sentimentos e atitudes a corrigir ou
a punir.
Morte a tais atributos?! E o que
nos vai restar? As características socialmente aceites e valorizadas. Pois
muito bem, seremos quase perfeitos. Guardaremos todos os “excedentes” numa
caixa, algures no nosso corpo e, de preferência, nem falaremos dela a ninguém e
fazemos de conta que não existe.
Hum… sentimos o peso… a caixa
pesa… o conteúdo sai de outras formas… que chatice…
Reduzimos a possibilidade de ver
de outros prismas, sentir, pensar e experimentar noutros ângulos.
Vamos procurar a caixa? Dar-lhe
um nome? Sim. É negra e precisamos dela – caixa
negra!
Na fotossíntese as plantas também necessitam do dióxido de carbono,
tem uma função primordial para a posterior libertação de oxigénio.
Vamos sentir inveja? Sim, por
favor! Mais do que humano pode ser conotada positivamente. Como dizia Rui Zink
na sua obra Luto Pela Felicidade dos
Portugueses, não senti-la poderá remeter-nos para a irritante
autossuficiência e o mais penoso autismo, “se a inveja é ver os outros, não ter
inveja é não ver os outros (Rui Zink).
E, já agora… deixe sair uma birra
de vez em quando. Ou, simplesmente, descodifique aquela sensação no estômago,
sim, aquele nó…
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